sábado, 28 de fevereiro de 2015

Leituras do segundo domingo de Quaresma



"Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim. A ele veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu reinado. E lhe veio também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no quinto mês.

Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:

Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. 

Então, disse eu:

Ah! Senhor Jeová! Eis que não sei falar; porque sou uma criança. 

Mas o Senhor me disse:

Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. 

E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor:

Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares".



Jeremias 1:1-10

Poliglota



Nem de propósito, foi há três anos (e quatro dias) que deixei registado neste canto o que já vinha pensando há que tempos (talvez desde que ouvi os Clã dizerem que "a língua inglesa fica sempre bem"):



O amor é poliglota. "Lá isso não se lhe pode tirar!"



Mas, mas... quem é que canta o amor como o brasileiro?

Quem é que embala o peito como este sotaque?

Quem é que sobrepuja os poemas escritos em língua portuguesa?



Poliglotismos à parte, sejamos honestos: aquele bate-que-bate vem quando o coração se traduz na língua-mãe.

Voltar


Esta semana Deus deu-me o privilégio de ver os rostos de algumas das pessoas do meu coração (benditos sejam os ai-dispositivos entre as tecnologias). Vi também a minha antiga escola, as caras novas que a povoam, os corredores longínquos onde o Senhor me fez crescer tanto, tanto. A I. pedia, enquanto sorria, "Volta! Volta!"

Aguenta coração, não chores agora.

Mascarei a dor com risos e partilhei brevemente a minha situação, ao que ela respondeu "Eu vou orar! A partir de hoje vou começar a orar por isso!"

Ora I., ora daí que eu oro daqui. E tu, coração, aguenta firme.

A cada dia que passa o regresso afigura-se cada vez mais distante. Mentalizo-me, mas oro, mas clamo, e às vezes deixo-me vencer pela incredulidade. Depois lembro-me de Hebreus, e de Lucas, e a roda viva dos pensamentos torna ao início, num ciclo sem fim de Lhe entregar tudo aquilo com que ainda estou em luta.

Enquanto caminho nesta terra, os aviões cruzam o céu.
A voz da I. a ecoar. Os olhos da minha mãe. Os braços dos meus irmãos. As palavras do meu pai.

Aguenta coração, aguenta-te aí. Não chores agora.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Grow


It really is like Mr. Gray puts it:
a "school of roses, baby".
A place to learn how to cultivate life,
enjoying its beauty and coping with its spikes.
The process is hard, the stings harm,
and the labor is neverending.
However, if done properly and diligently,
blooming buds release an odor so strong
that leaves no room for doubt about
who the Author of it all is -
the school and the roses.
Through the dirt, surrounding the roots,
the painful stems,
the fairness of the leafs and rousing petals:
grace to blossom,
mercy for the thorns,
and His incomprehensible peace.

"You will keep him in perfect peace, whose mind is stayed on You, because he trusts in You"
(Isaiah 26.1).

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Gelo





Estes dias têm sido gelados, gelados, gelados.
Ainda assim, cheios de sol, com poucos nevões (especialmente comparado com o ano passado).
Cheios desta luz que me recorda sempre da Sua presença constante, não obstante o ambiente inóspito (e mesmo nos dias em que eu não vejo o Seu brilhar).

Como quem não quer a coisa, a segunda semana de Fevereiro já voou.
Os pés continuam a caminhar, a escalar, enquanto as mãos carregam as bênçãos com que o Senhor enche o coração.
Em "breve", a neve dará lugar à relva, o vento gélido dará lugar aos mosquitos (e demais bichos), e os dias encher-se-ão de sandálias, bicicletas e aventuras.

O futuro não se afigura perfeito nem destituído de dificuldades, pelo contrário. Mas, ai!, como antecipo, corajosa e esperançosa, a alegria da Primavera e do Verão.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Um cântico novo

Ó Rei, Senhor de tudo quanto há,
Tu és a fonte de todas canções, entoações, palavras e sotaques.
Por causa de Ti a minha alma traduz-se numa multidão de sons,
Gemidos inexprimíveis que eu não conhecia nem sonhava entender...

Deus - Pai, Filho, Santo Espírito,
Tu és a causa do meu cantar, do meu trautear,
Da fertilidade que rompe do meu coração e se desdobra em cânticos.
És Tu que trazes as palavras novas, os ruídos estranhos,
As poesias que se instalam, moldando-me sem retorno.

Aba Pai, sem a acção do Teu Espírito nada há que se renove.
Nem esperança, nem corações, nem circunstâncias.
E muito menos canções.
Por isso só me resta ajoelhar-me e render-Te glórias enquanto respirar.
É que a minha alma é toda nova, toda outra, toda cheia de canções que antes não estavam aqui.

Só a Tua mão é capaz de fazer isto.
Obrigada, Deus querido.