quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Observação (2)

(Rua da Guiné, 29 de Janeiro de 2010)


Não sei se é o cheiro doce que se aninha às horas de um dia quase findo, ou o simples murmúrio de um vento que se enregela, descomprometido. Não sei se é a satisfação breve que se passeia pelos olhos dos que, cansados, regressam aos seus lares, ou se é simplesmente a luz cujo equilíbrio toca a perfeição. Não sei se são os laranjas e os rosas que correm juntos por entre as nuvens, ou se são as flores que se debruçam (lindas, lindas, lindas) nas varandas das sujas ruas da capital. Não sei se são, sequer, os idosos amigos que se aglomeram às portas dos cafés, ou as paredes que, sendo velhas, ficam belas no esplendor da sua tinta descascada. Só sei que, por algum motivo ou nenhum em particular, eu amo os finais de tarde dos dias de Inverno.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Balanço (2)

Nesta altura do campeonato, dos reencontros e abraços e retornos, é muito comum perguntar: então, como foram as férias?

Durante as minhas férias chorei mesmo muito, fui deveras confrontada com a minha pequenez. Foi também durante as minhas férias que ocorreram grandes conflitos no seio de projectos dos quais faço parte, que dei de caras com facetas menos bonitas de pessoas que amo profundamente, que gente querida morreu, que vivi de perto o ateísmo de alguns da minha própria casa. Durante as minhas férias ouvi histórias de crianças de lares destroçados, que passam necessidades profundas, que já viveram horrores a mais para a sua pouca idade. Este tempo foi tremendamente exaustivo: habituei-me a dormir pouco, às minhas olheiras fundas, a conversas que se prolongam durante a noite, a personalidades difíceis de domar… Nestas férias vi dureza de corações, vi crença na ausência de sentido, cantei-Lhe louvores em frente a pessoas com corações empedernidos.

E depois… o paradoxo abismal, a alegria e a felicidade plenas que vivi com todos os meus queridos, a certeza de ter sido sempre levada ao colo, acarinhada, abraçada e beijada, mimada, silenciada, acalmada pelo meu Pai. Em todo o tempo vi-O em acção, no limpar das lágrimas, na remodelação dos propósitos, dando-me a conhecer gente maravilhosa e comprometida. Em todo o tempo contemplei o modo como tudo acontece como deve e quando deve, e em todo o tempo fiquei abismada.

Como foram as minhas férias? Óptimas e perfeitas (com tudo o que isso implica).

E eu acredito mesmo no que digo e escrevo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Balanço

As férias foram assim:

Intercâmbio com os jovens da SIBVC
Acampamento Musical Adonia
Acampamento de Crianças no AB
Acampamento de Juniores no AB
Duas semanas de descanso e relaxe e mimos com a família
Acampamento de Jovens no AB
Fim-de-semana mágico na Marinha Grande
Conferência Bíblica no AB
Duas semanas no meu Porto, com a família e com os amigos, e o culminar num fim-de-semana perfeito.


Pelo meio: as viagens, as canções (tantas, tantas, tantas!), as partilhas, as cumplicidades, os telefones, os laços novos, os amigos antigos, o serviço, o sustento constante e infalível, os campistas (crianças, juniores e jovens), as saídas, os concertos, os jantares, os irmãos, os pais, os avós, os tios, as primas, os primos, as risadas, as noites mal dormidas, os conflitos, as resoluções, as bênçãos, a morte.


Em tudo: Deus.


Este Verão de dois mil e dez vai ficar para sempre comigo.