terça-feira, 27 de outubro de 2009

Parêntesis (2)

(Não foi como os olhos ouviram, nem sucedeu como os ouvidos viram. A percepção revelou-se ocasionalmente enganosa, e a razão doeu-me. Ainda custa a descortinar a certeira justificação. Se foi porque o pensamento viajou errado, ou porque os gestos encheram o ar de uma realidade desagradável, que é esta:

Todos rotulam tudo, mesmo que eu anseie a existência de afamadas excepções.)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Polémicas lusas



Se os autores de um vídeo assim fossem um Ricardo Araújo Pereira e companhia, eram incríveis e cómicos e fantásticos… e todos esses adjectivos que os perseguem por todo o lado. Como foi uma compatriota transatlântica… deu no que já toda a gente sabe.

É sabido que este humilde recanto nunca foi local de polémicas nem comentários pessoais ao que por aí sucede, mas eu, caríssima Maitê, achei-lhe muita graça. Em todos os países e culturas existem factos passíveis de gerarem gargalhadas e polémicas, apontados pelos seus cidadãos ou por outros.

Mais justificações plausíveis para os últimos acontecimentos? Eu não tenho, mas o senhor Ferreira Fernandes tem:

Ele há indignações estranhas

O Pingo Doce contratou um famoso publicitário brasileiro para a campanha que começou nas televisões na semana passada. Vai daí, começou outra campanha no Twitter, esta semana: abaixo-assinados de portugueses (já vão em 1600) contra o anúncio do supermercado. Fui ver. Talvez porque não seja o cliente - tipo, o anúncio não me aquece nem arrefece. Mas, porque nasci com a dose suficiente de bom-senso, uma coisa garanto: não tem nada que suscite uma mobilização indignada. Então? Porquê os 1600 e o frenesim, que já apela até a um encontro de indignados? Eu explico: cherchez la femme. O que, traduzido para a circunstância, é: alguém ficou sem a conta choruda que o supermercado tinha para publicidade e que foi parar ao brasileiro. A dor de corno na bolsa é das que mais doem. Espero que sem relação, mas também esta semana, alguém ressuscitou um vídeo da actriz brasileira Maitê Proença, onde ela é grosseira sobre os portugueses. O vídeo é velho de dois anos e, no entanto, também já há abaixo-assinados contra a brasileira. Se hoje Liedson marcar 5 golos (4 contra Malta e um na própria baliza) e amanhã aparecer um abaixo-assinado contra o "brasileiro" que traiu o nosso guarda-redes, vou ficar atento: o defraudado publicitário português está mesmo assanhado.”



in Diário de Notícias, crónica Um ponto é tudo, 14 de Outubro de 2009



(depois de publicar este post e ver os videos relacionados com o acima apresentado)

TELENOVELA BRASILEIRA, pelos Gatos Fedorentos



Contra isto ninguém se insurgiu, nem no Brasil, nem em Portugal. Tenho dito.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aurora


Lembro-me de adormecer sob um cobertor de estrelas, num terraço de Aladino e com o embalo daquela língua estranha e rápida, vinda de outras janelas, mais altas que a nossa. Lembro-me de acordar com o sol, pontual e inequívoco, às cinco e meia da manhã, e os pássaros no seu chilreio em crescendo, até atingirem dinâmicas fortes demais para os meus ouvidos. Lembro-me de fugir para o quarto-verde a essa hora matutina, e dormir ainda mais um pouco, até não conseguir suportar o calor.

E ao acordar definitivamente, ficar a observar tudo à minha volta, desapressadamente. Olhar para aqueles que ainda dormiam lá fora, com os corpos desarrumados e misturados nos sacos-cama todos espalhados; ver os verdes das costuras das almofadas e respirar o bafo quente que o vento fazia correr pela casa, sem grandes pressas. Mirar o tecto e os enfeites nas paredes e os sacos de viagem, sempre arrumados. Os restos das migalhas, espalhadas na mesa, do delicioso pão que tínhamos comido no ontem passado…

Lembro-me de chorar de gozo, logo pela manhã. E dizer “obrigada Papá, porque estou a viver. Como Tu queres, e como eu mais gosto” no segredo do meu coração.






P.S. Depois de lavar os dentes e beber muita água, lá tirei essa (e outras fotografias) à janela do quarto-verde.

domingo, 11 de outubro de 2009

Jovens '09

da esquerda para a direita, A., S., A.C. e R.




Resolvi abrir aquele pequeno disco que guarda algumas das muitas fotografias desse acampamento de Verão. A saudade apertou-me tanto e tão veementemente. Voltem, férias-grandes, que estão perdoadas!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Música, como viver sem ela? (16)



Uma letra deliciosa, uma sonoridade fabulosa, e dois dos meus favoritos cantando juntos. Pouco importa que esta canção tenha aparecido em 1960; a qualidade é intemporal.


(quem, quem, quem, quem)