sexta-feira, 24 de abril de 2009

Música, como viver sem ela? (14)



Convosco, caros espreitadores, JP (leia-se, Jê Pê) Simões, e a sua "Música Impopular". Recentíssima descoberta, aceleradíssimo apaixonamento.

(ainda hei-de escrever sobre o seu concerto apertado, na Galeria Zé dos Bois)

É de saborear e sorrir por mais.

Um beijinho, bom fim-de-semana*

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Era uma vez dois chavões


Um dia destes resolvo soltar estas amarras que constantemente me imponho e parto, pura e simplesmente. Deixo para trás as ínfimas questões que faço brotar do chão e chamo de problemas, ignoro as dores que tenho à minha responsabilidade, largo as convenções e necessidades e vou, e voo.

Um dia destes, quando os impossíveis imateriais se transformarem em verdades concretizáveis, quando os astros se ordenarem e o tempo for o certo, perco o pé no areal e levito ao sabor do vento por entre marés inconcebíveis, deixo-me levar. Chegará o dia em que a sanidade fica em casa e o bom senso imperará apenas em questões extremistas, mortíferas.

É, num destes dias largo-me nas garras da sede de conhecer mais, de descobrir o lado inóspito e o lado aprazível das aventuras, sem cautelas nem providências, sem questões. Primeiro estou e depois já não. Ponho-me a caminho de uma terra nova e prometida, que se instalou dentro de mim e se quer materializar no mundo de fora. Sem olhar para trás, sem me esfumar em sal, sem recear.

Qualquer dia desses…”





P.S. Tirei a fotografia hoje, na relva apetecível que está ao lado da cantina.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Esta madrugada escrevi assim (5)


Há coisas que nunca mudam. Por exemplo, o teu timbre adocicado pela preocupação que as minhas maleitas levantam. E o riso que deixas surgir no intervalo das piadas que partilhamos. E o descaramento da tua reles e dissimulada sedução… o nome que não deixa de ser chamado, a carícia que a voz discreta e grave embala.

Assustadoramente imutável
.






P.S. Tirei a fotografia num agradável e chuvoso passeio por uma recôndita e desconhecida Lisboa.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Crenças

Estive, há uns dias, num aniversariante festejo, cruzando-me com personagens inúmeras e inesquecíveis. Um desses seres, o Y. (letra fictícia, bem se vê), marcou-me bastante. Não só a urgência de partilhar tudo no primeiro momento, oposta à discreta calmaria que dele se apoderava enquanto fumava “um pensativo” palito de nicotina, mas também a sua fisionomia reservada, cara breve e chupadinha, olhos afundados em sorridentes olheiras.

O Y. é filósofo, não desses de canudo em riste, em vias de extinção. O Y. é filósofo corriqueiramente falando, solta uma inspiração repetida quando mais se espera, revela o seu lado sensível e em contacto com o que o rodeia quando é suposto largar um cliché, desses que todos trazem no bolso e todos sentem como sendo só seus.

Não obstante tais coisas, fala de coração aberto, e disso eu gostei. Baila verdade nos seus olhos, mesmo que seja uma misteriosa e difícil verdade de conceber. Como quando ele afirmou, com um sorriso confiante, vaidoso e de quem ouve algo que já não o surpreende, depois de ouvir o célebre “tu fazes-me lembrar alguém…”: “Sim, eu sei, Ricardo Araújo Pereira!...”

E eu a pensar, a tentar descortinar, quem é que alguma vez lhe disse que ele se parecia com o Ricardo Araújo Pereira? Foram muitas pessoas e eu vejo mal? Ou foi apenas um alguém que se lembrou da péssima comparação e o Y. até gostou?...

Cada um tem as suas crenças”, já dizia o outro.